segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Desejo de Cidade

Estudos mostram que a civilização humana pensa na organização das cidades, desde 3500 a.C. Desde então, resumidamente, todos em busca de qualidade de vida conciliada à estética.
Sabemos que organizar uma cidade com um número elevado de habitantes é mais complicado que planejar uma cidade menor, contudo, também é possível.
A dificuldade maior esta no sistema governamental de cada cidade. Um planejamento urbano depende diretamente da questão financeira para se realizar, ou seja, através dos impostos que a cidade recolhe de cada cidadão deveria servir de retorno para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Nos países desenvolvidos, essa é uma questão esclarecida, onde o individual e o coletivo estão absolutamente ligados, se vivemos em uma cidade que gostamos e nos sentimos respeitados e confortáveis, naturalmente cuidamos.
O Brasil, um país subdesenvolvido, com questões infinitamente mais profundas que a incapacidade política de resolver essa questão, uma luta diaria.
O sentimento de tristeza ao ver a cidade deteriorada onde vivemos e trabalhamos é comum a todos nós brasileiros, um país com tantas riquezas e com todo potencial para ser diferente.
Inevitavelmente nos perguntamos, porque nada acontece então? A primeira resposta é, somos uma sociedade corrupta e hipócrita, destruímos o lugar onde nós próprios vivemos, desprezamos o coletivo e varremos somente o nosso quintal. A falta de investimento na educação e cultura reflete diretamente nessa questão.
Como arquitetos e urbanistas temos uma responsabilidade social e moral na construção das nossas cidades, a cada projeto seja ele de uma casa ou de uma estação de trem, precisamos parar de pensar no terreno e olhar para o entorno, projetar com o olhar crítico e com a pergunta sempre em mente - qual a cidade que queremos viver? Acreditar que podemos mudar e propor um desenho mais bonito, todo mundo gosta do belo e confortável, seja pobre, seja rico, a sensação de bem estar é comum a todos nos seres humanos.
Quero voltar pro meu país e acreditar que estamos construindo um futuro melhor, acreditar que as próximas gerações viveram em uma cidade mais justa, mais calma, mas feliz!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

EsCaDaS

A escada é um elemento da arquitetura usado para ligar um nível ao outro. Ou seja, um conjunto de degraus por onde se sobe e desce.

Com tudo, é também o elemento fundamental para uma boa arquitetura. Seja no projeto de uma casa ou de um museu, uma boa solução de escada diz muito sobre os demais elementos. Saber resolver e proporcionar uma escada confortável e ao mesmo tempo bonita é um desafio interessante.

As variadas soluções adotadas para resolver a questão do desnível em uma edificação sempre me chamou atenção, quero citar exemplos, ao meu ver, interessantes para analisarmos, como o Palácio do Itamarati em Brasilia, com sua escultural escada espiral, a bela escada do Rino Levi para uma casa em São Jose dos Campos na cidade de São Paulo, que serve unicamente para dar acesso ao jardim do Burle Marx, a famosa escada do Museu do Luvre em Paris, com a caixa de elevador central é definitivamente uma linda solução.

Rino Levi | Casa Olivo Gomes | São José dos Campos/sp - Brasil , 1949


Gosto de lembrar a sensação de conforto ao subir as escadas do Museu Guggenheim em Bilbao, me fez pensar nas medidas que Lucio Costa gostava de usar, espelho com 0,16cm e piso com 0,32cm, assim subimos desníveis de mais de 7 metros sem perceber.

Podemos citar inúmeros bons exemplos de escadas, o importante é dar importância a elas. As escadas!

Frank Gehry | Museu Guggenheim | Bilbao - Spain, 1997